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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Era Digital: o texto audiovisual na web.


Autoras: Letícia Passos Affini, Débora Burini.

O presente texto busca fazer uma reflexão no que tange a produção de conteúdo audiovisual veiculado na internet. Para tanto, as autoras refletem sobre o que chamam de "passagem da comunicação audiovisual centralizada, vertical, unidirecional, denominada comunicação de massa para a comunicação das redes interativas e cooperativas, ampliando os modos de realização da comunicação".


O texto inicia-se exaltando o desenvolvimento das tecnologias de produção audiovisual digital que ocorreu no fim do século XX. Por causa dessa evolução tecnológica, uma pluralidade de métodos baratos e rápidos de produzir material audiovisual surgiram, dando assim meios para que sua criação e disseminação aconteçam de maneira exponencial na rede.

Esse novo cenário de acordo com as autoras tem redefinido o papel das grandes emissoras massivas de broadcasting, que agora não mais detém única e exclusivamente os meios de produção e disseminação audiovisual. Ao mesmo tempo, o papel político e social da internet cresce ao desempenhar a função de descentralização e democratização da comunicação.

O texto prossegue ao afirmar que "da mesma forma que o mundo eletrônico não aboliu a escrita, o novo paradigma digital não anula as formas de representação mediadas pelos dispositivos analógicos, ou seja, as formas massivas". Entende-se que na visão das autoras, o novo modelo de mídia pós-massiva deve existir em sincronia com o modelo anterior, complementando-se. Para elas, a era digital marca a transformação da lógica da comunicação de massa para uma comunicação multilateral e colaborativa.

Continuando nessa proposta, o trabalho vai mais longe ao afirmar que a convergência entre a televisão (mídia de massa) e a internet (com seu conteúdo personalizado e diversos nichos) é um fator inquestionável na lógica do mercado digital. Mas para que essa fusão de certo, é imprescindível uma criação de conteúdo especifico para dar suporte a essa convergência. A união de diversos profissionais de ambos os lados, desde programadores a cineastas, se faria necessária.

Ao integrar com a internet a televisão não mais precisaria funcionar seguindo o principio da programação por horário, passando a propor programas de geometria variável, explorando as funções pós-massivas. O casamento da televisão com a rede mundial de computadores propiciaria a liberdade de expressão ao transformar os antigos consumidores em também produtores de conteúdo.

Por fim o texto termina fazendo uma analise dos portais da Uol, Terra, Globo, focando na forma como estes dispõe os seus conteúdos audiovisuais em seus sites, que tipo de conteúdo são estes, e como eles podem ser visualizados pelos seus diversos públicos. Conclui-se que vivemos na era da união entre televisão e Internet, e que é necessário que os sites e redes de mídia massivas se adaptem a essa nova realidade criando e divulgando conteúdos juntas.

Avaliação do artigo: As autoras começam o texto com uma afirmação importante ao dizerem que a internet e a evolução das tecnologias de criação audiovisual deram poder as pessoas para que fosse possível produzir e veicular conteúdos desse tipo facilmente. Também ressalta-se a visão das duas quanto a característica democrática e descentralizadora da rede, que vai de contra partida com a unilateralidade dos meios massivos de comunicação.

Contudo, ao entrar na analise dos conteúdos audiovisuais, foco do artigo, as autoras demonstram uma visão extremamente retrograda e tradicionalista ao focarem o tema no que elas afirmam ser a inevitável fusão entre o ciberespaço e a televisão.

O texto peca ao fazer um paralelo direto entre televisão e produção audiovisual, ignorando completamente o fato de que o texto audiovisual na internet se prolifera cada vez mais não por causa das antigas redes de televisão, mas por causa do "caráter democrático e descentralizador" da rede que da poder a seus usuários de produzir e disseminar conteúdo de uma maneiras que não eram possíveis antes. Caráter este, apontando pelas próprias autoras no começo do artigo.

Um comentário:

  1. A abordagem da intertextualidade entre ciberespaço e televisão sempre causa divergências de formas de visão. Realmente, afirmar que a multilateralidade alcançada deve-se ao fato das redes de televisão é uma pena. Contudo, a união desses dois espaços, ao meu ver, é sim inevitável, pois envolve todo o caminho percorrido pela interface de interação com o usuário. De um momento de mera apreciação de conteúdo, para o patamar de participação e criação de conteúdos.

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