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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Videotrash: o youtube e a cultura do “spoof” na internet

Videotrash: o youtube e a cultura do “spoof” na internet

FELINTO, Erick

Resenha: Fabiana Regina Simões
Postado por: Paulo Vitor Targa (o que um amigo não faz por um "ser 1.0", né?)


Felinto discute no artigo Videotrash: o youtube e a cultura do “spoof” na internet sobre o “lixo digital” que é produzido constantemente com a expansão exponencial da internet, ponderando que não há mais como controlar o que é veiculado e postado, principalmente pelo canal de vídeos youtube.

O autor se indigna com a quantidade de vídeos encontrados nesta ferramenta como vídeos pessoais, produções independentes, sem a exploração de conteúdo com teor informativo e formativo, que contribuem de alguma maneira para o crescimento pessoal.




Dentre essas produções em crescimento encontrados na internet Felinto ressalta a prática que vem sendo utilizada de maneira significativa, denominada de “spoof”, que são as infinitas variações paródicas virtuais em torno de produtos midiáticos de grande circulação, como comerciais e seriados de televisão.

O autor observa que essa prática, de ausência de normas e padrões estabelecidos de construção da cultura, são conseqüências da conquista da “liberdade cultural”, interligada com o modo de viver na contemporaneidade, e alerta que esse abuso da liberdade fomenta a perda do “valor cultural de um produto”, defendidos durante um bom tempo, que permitia avaliar as grandes obras de grandes autores.

O texto retrata que antigamente os conteúdos que não se “encaixavam” como de alta cultura eram considerados “lixo cultural”, geralmente atribuídos à indústria de cultura de massa e, graças ao desenvolvimento tecnológico os refugos da cultura encontraram um lugar para a sua visibilidade, que oferece um armazenamento inesgotável, de qualquer tipo e forma de conteúdo, sendo, dessa forma, a internet considerada como “abrigos dos detritos culturais”.

Felinto destaca alguns desses “detritos” que conquistam a atenção dos indivíduos, como os reality shows e demais objetos de curiosidade popular, pois é intrínseco do ser humano a curiosidade por assuntos pessoais alheios. Os números de visitação de vídeos do youtube comprovam essa afirmação, que muitas vezes chegam a ultrapassar a audiência televisiva.

Como exemplo de sucesso de visitação no youtube, o autor coloca o videoblog da jovem Bree de 15 anos, conhecida como “LonelyGirl15”, que narra a sua vida na rede, impressionando por seus números. Seu “canal” particular já foi assistido por cerca de 2,5 milhões de internautas e, ainda hoje, mesmo depois da descoberta de que tudo se tratava de uma farsa criada com objetivos publicitários, com a intenção de produzir os mesmos resultados do “marketing viral”, continua sendo assistido por milhares de pessoas.

O autor coloca que a reação das pessoas em acompanhar o cotidiano de Bree é explicada por Baudrillard (1981), que afirma que garota solitária é um signo da nostalgia que sentimos do real. Signo de nossa solidão angustiante no “deserto do real”.

É diante desse aspecto viral, que tomou conta da rede, que Felinto aborda o fenômeno “spoof” que, como já dito, é uma paródia ou imitação de um vídeo. Esse fenômeno já está difundido na rede do youtube, sendo que é só colocar, por exemplo, MacSpoof no mecanismo de busca que aparecerá uma diversidade de paródias dos anúncios da Macintosh. O autor revela que o êxito de um vídeo está na quantidade de “spoofs” que ele gera, já que é uma forma e homenagear (mas, ao mesmo tempo desqualificar, que mesmo assim chama a atenção das pessoas) o original.

Mais uma vez o autor critica esse outro papel que a internet está tomando, o de construtora de “lixo digital”, já que os spoofs se configuram como conteúdo de relevância trivial, de “descartabilidade”, nos afogando em um oceano informacional sem utilidade, do ponto de vista dos valores culturais tradicionais. Felinto ainda lembra que este acontecimento deve-se ao excesso de informações atualmente e, que por este fato, se faz necessário cada vez mais “peneirar” as informações para encontrar algo relevante.

O texto revela que o que fascina os indivíduos no quesito youtube é a possibilidade de acesso a vários e diversos vídeos, seja de filmes, programas de TV, seriados e em serem os próprios produtores desses vídeos. Os números dessa rede afirmam esse fascínio: 65 mil novos vídeos postados diariamente; 100 milhões de arquivos acessados diariamente e 2,5 bilhões de vídeos assistidos em julho de 2006 (dados de 2006 já que a pesquisa foi realizada neste ano). Dentre todos esses números estão os spoofs que chamaram a atenção o autor para a realização deste artigo: encontrar-se-á 25.993 vídeos se buscado este termo no youtube, que podem ser classificados em 2 categorias: 1) A paródia do publicamente conhecido, ou seja, de produtos midiáticos como séries, filmes ou comerciais de televisão; 2) A imitação do “privadamente conhecido”, como sucede com os videoblogs (LonelyGirl15, por exemplo, já foi parodiada mais de 5 mil vezes).

Por fim, Felinto argumenta que, para os anos que estão por vir, são necessárias novas teorias, aquelas que se valem por noções de “valor cultural” e, como o próprio autor diz “Teorias que não temam sujar suas mãos no lixo da cultura”.

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