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quarta-feira, 24 de março de 2010

Resenha de Juliana Pereira

RESENHA DO TEXTO COMUNICAÇÃO DIGITAL NAS ORGANIZAÇÕES: TENDÊNCIAS E TRANSFORMAÇÕES


É imprescindível considerar que a sociedade contemporânea vive a era da digitalização, a qual conecta computadores, dispositivos e, principalmente, pessoas. E é nesse contexto que a Comunicação Organizacional está inserida. Não faz sentido mais argumentar sobre a necessidade da mediação digital nas organizações. Hoje a discussão ocorre acerca do processo de comunicação em redes e na construção de relacionamentos da organização com seus públicos, por meio de formatos de comunicação que propõem uma equalização entre emissores e receptores.Dois pontos chaves são abordados: a incorporação do fenômeno das mídias sociais no processo de comunicação, exigindo um posicionamento estratégico das organizações e a necessidade de uma formação profissional voltada para habilidades digitais.


A digitalização é fator incontestavelmente presente na sociedade contemporânea. E as organizações estão inseridas nesse meio, independente do porte e campo de atuação, fazendo uso de sistemas integrados de gestão, portais corporativos, intranets, entre outros meios de operação, conexão e expressão da organização com seus diversos públicos.
Hoje a discussão não ocorre mais acerca da importância do uso da web, mas acerca do processo de comunicação em redes e na construção de relacionamento da organização com seus públicos por meio de formas de comunicação que propõem uma equalização entre emissor e receptor. Além disso, é importante considerar as mudanças culturais que a digitalização traz para os processos de comunicação organizacional.
É imprescindível levar em consideração a adequação de ritmos: a rapidez da inovação no meio digital e as diferenças em sua absorção por parte da organização e dos públicos. Essa adequação desperta a organização e os profissionais de comunicação para novos posicionamentos e conhecimentos e para mais criatividade e resiliência na gestão dos processos de comunicação.
Diante da grande disseminação das mídias sociais, cabe às organizações buscar novas estratégias e formatos para manter e ampliar a comunicação e o relacionamento com seus públicos.
No mundo da Comunicação Organizacional, mesmo com todo o determinismo recorrente das Tecnologias da Informação, existem diferentes níveis de posicionamento de uma organização na prática de sua estratégia de presença digital. Falamos aqui de cenários digitais. Nesse contexto, é importante considerar dois cenários, que são concomitantes: a web 1.0 e a web 2.0.
No cenário 1.0, a comunicação ocorre com pouca ou nenhuma intervenção ou participação do receptor, ou seja, há um predomínio do emissor sobre o controle do conteúdo e de sua relação com o receptor. Neste campo, predominam intranets, portais corporativos e boletins digitais. Já o cenário 2.0 procura evoluir o posicionamento descrito no cenário anterior, incorporando tendência de participação e geração de conteúdo pelo usuário, indicando um deslocamento do polo emissor de mensagens no processo de comunicação. Permite o compartilhamento de conteúdo, opiniões, idéias, experiências, possibilitando uma conversação entre os usuários, elemento transformador do modo tradicional de comunicação.
É importante destacar que as mídias sociais correspondem a uma outra estrutura operacional e, por consequência, a possíveis transformações na estrutura de sustentação econômica e de configuração do mercado para esse cenário. As plataformas mais utilizadas são:blogs, microblogs, sistemas de compartilhamento de fotos e vídeos,poadcasts, sistemas de notícias sociais, entre outros.
Porém, esses posicionamentos não significam que uma organização deva ser 1.0 ou 2.0, pois são cenários interdependentes. Diante disso, é necessário refletir sobre alguns fatores que ajudam na definição e na avaliação de impacto da web: se as redes sociais são determinantes para o negócio, como utilizar as mídias sociais e gerenciar essa inovação e como agregar valor à comunicação organizacional a partir da aplicação de estratégias no uso dessas redes.
Essa reflexão é importante para definir as mudanças necessárias no ambiente organizacional afim de melhor se adequar a web 2.0. A Comunicação Organizacional passa a considerar ações e reações mais comportamentais, planos passam a incluir resiliência como item chave para sua execução e os retornos passam a ter parâmetros menos quantitativos e mais qualitativos.
Ao incorporar as mídias sociais no processo de Comunicação Digital Corporativa, o padrão de retorno de investimento (chamado ROI -return of investiment) muda para retorno perceptivo, a partir das ações e avaliações geradas pelos múltiplos coletivos dessa comunicação. Isso pode torna-se um forte argumento para que muitas empresas não invistam na web 2.0, já que a implantação e desenvolvimento de processos comunicacionais nesse cenário exige competências digitais e o modo de mensuração necessita de estratégias de comunicação não-convencionais e ações cada vez mais focadas e dirigidas a nichos pontuais em oposição ao cenário da comunicação massiva, cujos modelos já estão testados e podem ser mensurados quantitavamente.
Nota-se que entre as várias possibilidades da web 2.0, se encontra a mensuração do retorno por itens como qualificação do tráfego, geração de boca-a-boca digital, reputação e imagens digitais. Essa tendências portanto, clamam por novas competências não apenas para a organização, mas para os profissionais envolvidos no processo de comunicação digital.
A questão vai além do uso da internet e suas ferramentas, pois trata-se de competência para a gestão do processo comunicacional em rede. A construção dessa competência digital pode ser considerada como um processo metodológico no desenvolvimento da pessoa e resulta da combinação entre conhecimentos e habilidades associados a valores e atitudes, visando a consecução de objetivos nos contextos digitais, com eficiência e eficácia no uso de ferramentas digitais. Com isso, não basta a exigência, nos ambientes corporativos, de experiência no uso de redes e sistemas computacionais, mas é preciso buscar um nível de uso estratégico de diferentes habilidades em diferentes esferas de ação da comunicação digital. Mais do que usar e aplicar, trata-se de ter a competência de entender e explorar os recursos digitais.
Com isso, nota-se a necessidade de intervenção, transformação e apropriação de conteúdos que tocam as esferas do próprio aprendizado, da gestão da informação com os processos de recuperação e avaliação, da gestão dos processos comunicacionais, da cultura e da cidadania digitais, focando temas como comportamento, participação e segurança e da esfera tecnológica com os aspectos de uso e gestão dos diferentes, sistemas, aplicativos e suportes.
Essas emergências envolvem tanto a necessidade das instituições de ensino prepararem os profissionais de comunicação quanto o campo de aplicação organizacional, portanto é uma tarefa conjunta. É necessário e emergente uma reconfiguração dos processos educacionais formais e daqueles de educação continuada para uma eficaz resposta das estratégias de comunicação organizacional.

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